O Teatro Guaíra é um dos maiores complexos artístico-culturais da América Latina. Desde a década de 50, o espaço tem sido palco dos maiores e melhores shows e espetáculos que passam pela estado do Paraná. Entretanto, nos últimos tempos produtores locais tem sofrido com a falta de transparência e o excesso de burocracia da diretoria do local.
O grande problema que temos enfrentado é a falta de abertura da pauta do Teatro. Nós não temos acesso a agenda do Guaíra para saber quais datas estão livre, e ao solicitarmos uma data para um evento, apenas recebemos uma resposta positiva ou negativa, sem qualquer justificativa ou alternativa, explica o produtor Fábio Neves da Seven Eventos.
Diante dessa situação, o deputado estadual Ney Leprevost enviou nesta terça-feira ofício para a diretora presidente do Teatro Guaíra, Marisa Vilela; e para a Secretária do Estado da Cultura, Vera Mussi, solicitando a resposta para alguns questionamentos como: quais os espetáculos programados para os próximos seis meses, quais as regras para escolha dos eventos que ocorrem no teatro, quem decide quais espetáculos terão data disponível no teatro, qual o orçamento do Teatro Guaíra, se a Secretaria de Estado da Cultura tem participação na escolha dos espetáculos, dentre outros.
Além de Fábio Neves, outros importantes produtores de eventos confirmam a situação. Verinha Valflor, responsável por trazer a capital do Paraná grandiosos shows como de Chico Buarque e Oswaldo Montenegro, afirma que a dificuldade é sentida por todos: Está todo mundo tendo o mesmo problema. Ficamos em uma situação difícil porque quando não conseguimos a data solicitada ficamos sem saber o motivo, se realmente não tinha data, se o evento não agradou a diretoria do Teatro, ou se é por alguma oura razão.
Para o deputado Leprevost essa questão só prejudica o público paranaense, que é privado de assistir a grandes espetáculos pela burocracia em conseguir local. O Teatro Guaíra é o único de Curitiba com capacidade para tantas pessoas e com a qualidade de acústica e palco. Realmente as reclamações foram muitas e despertaram o meu interesse, declara Ney.
Agora a diretoria do Teatro Guaíra e a Secretaria do Estado da Cultura têm o prazo de quinze dias para responder aos questionamentos do parlamentar. Caso contrário, Ney afirma que irá protocolar na Assembléia Legislativa um pedido de informações que será votado no plenário, e se aprovado, enviado novamente para as autoridades, mas aí com a obrigatoriedade de resposta.
Para o produtor Mozart Primo, a iniciativa de Leprevost é bastante válida. Neste ano ainda não consegui nenhuma data no Teatro Guaíra, e tenho diversos pedidos ainda sem resposta. Às vezes temos pedidos negados pois alegam que a data já está ocupada, e descobrimos futuramente que não havia nada marcado. A diretoria do teatro deveria dar algum tipo de prioridade para os produtores locais, como eu, a CWB Brasil, a Seven Eventos, a Verinha, e tantos outros que tiram o seu sustento disso, revela ele.