COMISSÃO DE SAÚDE FAZ LEVANTAMENTO DE VÍTIMAS DO VIOXX NO PARANÁ
A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa está fazendo um levantamento das vítimas do antiinflamatório Vioxx no Paraná, retirado do mercado mundial em 2004, sob a suspeita de aumentar os riscos de derrames e ataques cardíacos.
A pesquisa serve para identificar pessoas que possam ter sido afetadas pelo antiinflamatório. Segundo estudos feitos pelo próprio fabricante Merck & Co., o consumo diário de 25 miligramas do Vioxx, por mais de dezoito meses, dobra os riscos de infartos e derrames no tratamento. O problema é que a fabricante Merck já sabia que o medicamento causava essas reações colaterais há pelo menos 4 anos antes de sua retirada do mercado mundial. Neste período o remédio rendeu altos lucros à empresa e ninguém tomou providencia alguma, disse a advogada Priscila Kei Sato.
Lançado, em 1999, o Vioxx foi anunciado como um dos remédios mais eficazes para tratar a dor das vítimas de artrite. Prometia acabar com a dor sem efeitos colaterais. Consumido por 84 milhões de pessoas em mais de oitenta países, o antiinflamatório transformou-se referência no mercado brasileiro.
O levantamento dos dados deve ficar pronto dentro de alguns meses, e está sendo feito com base nos atendimentos feitos pelos hospitais municipais e estaduais do Paraná. O presidente da Comissão de Saúde, deputado Ney Leprevost, disse que os dados poderão servir de subsídios para futuras providências contra o laboratório americano. A situação é lamentável, a comercialização desse remédio visou apenas o lucro da empresa e colocou em segundo plano o bem-estar dos pacientes, comenta Ney. No Brasil, o Vioxx liderava a lista dos antiinflamatórios mais vendidos.