Ney Leprevost quer saber se a Secretaria da Saúde fiscaliza o bom funcionamento dos tonômetros
O deputado Ney Leprevost alerta: pacientes que procuram clínicas e hospitais públicos para exames oftalmológicos podem estar recebendo diagnóstico e medicação equivocados por conta de um descalibre bastante comum no tonômetro, aparelho utilizado na medição da pressão do olho.
O caso é mais comum do que se imagina: em pesquisas recentes, constatou-se que metade dos aparelhos em Brasília e um quarto no Recife apresentavam erro de leitura. Aqui no Paraná, não se tem notícia de estudo semelhante realizado para averiguação do estado dos tonômetros.
Preocupado com a situação, o deputado Ney Leprevost, presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Paraná protocolou um ofício na Secretaria Estadual de Saúde (SESA) solicitando informações detalhadas sobre a situação da aparelhagem especializada no estado: Pelo que pudemos apurar, não há qualquer tipo de fiscalização efetiva quanto regulagem dos chamados tonômetros. Esta é uma questão que precisa ser levada a sério, pois pode acarretar diagnósticos errados, além de uma eventual dosagem equivocada de medicamento, afirma Ney. O deputado diz ainda que vai verificar com entidades do setor de oftalmologia a possibilidade da realização de testes e pesquisas como as feitas em Brasília e Recife para que se possa conhecer a real situação dos aparelhos no estado.
Segundo doutor Ezequiel Portella, presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia, a entidade não tem conhecimento se testes de controle de qualidade já foram realizados no estado: O tonômetro faz a averiguação de grau, seu descalibramento ira ocasionar erro nesse resultado. É importante que o aparelho esteja regulado, pois o procedimento mais básico dentro de uma consulta oftalmológica necessita do uso do equipamento. Hoje, os consultórios têm dois tipos: o manual e o digital. O primeiro precisa de calibragem, mas é feito em fábrica e sua necessidade acontece apenas se perceber uma variação nos resultados, que o próprio médico poderá reparar e tomar as devidas providências, não há periodicidade para fazer essa calibragem. O digital, se descalibrado, pára seu funcionamento, explica Portella.
O OFÍCIO: No ofício enviado por Leprevost a SESA, ele questiona o órgão a respeito da freqüência do descalibre de tonômetros e a influência das seguintes variáveis: modelo, idade, número de utilizações diárias e freqüência de aferição. Ney também sugere em seu documento a avaliação do conhecimento dos oftalmologistas sobre a checagem da calibração. Queremos saber o tempo de fabricação, número de utilizações diárias e freqüência de aferição dos aparelhos utilizados na rede pública, detalha Leprevost.