Recentemente dois lamentáveis acontecimentos vieram reforçar a proposta do deputado Ney Leprevost (PSD), apresentada há um mês em parceria com o deputado Mauro Moraes (PSDB), preconizando a criação de uma delegacia de repressão contra Crimes Raciais e Delitos de Intolerância Decradi com a finalidade de reduzir a impunidade facilitando o registro de queixas por discriminação, racismo, homofobia, intolerância religiosa e de outros gêneros.
Ambos violentíssimos, um evento culminou com a morte de um jovem torcedor palmeirense de 21 anos na capital paulista, após uma briga envolvendo mais de 500 integrantes das torcidas organizadas Mancha Alviverde (Palmeiras) e Gaviões da Fiel (Coríntians). Em outro caso criminoso de intolerância, a Polícia Federal prendeu dois jovens um deles curitibano que há meses usavam a internet para fazer a apologia a crimes e à violência racial, através da incitação à discriminação e ao preconceito, em especial contra mulheres, crianças, gays, negros e judeus.
Estes casos deploráveis provam que é imprescindível implantar ações para coibir os agressores e reduzir a impunidade dos ataques discriminatórios contra minorias, perpetrados pela internet (cyberbullying e sites neonazistas), através de ataques a centros de religiões de matriz africana (candomblé e umbanda) e de agressões físicas e verbais que caracterizam preconceito direto, inclusive os originados por disputas entre torcidas de futebol, justifica Ney.
Para o parlamentar, os crimes raciais e os delitos de intolerância, já devidamente enquadrados no Código Penal, devem ser investigados e punidos exemplarmente, pois a tolerância e a convivência respeitosa e pacífica são bases de uma sociedade livre e justa.
O projeto de lei propondo a criação da Decradi tramita na Assembleia Legislativa do Paraná desde 27 de fevereiro de 2012 sob o número 33/2012 e aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça.