O deputado Ney Leprevost, líder da Frente Estadual da Saúde e Cidadania, fez pronunciamento na tribuna da Assembléia Legislativa contra a intenção do governo federal de importar 6 mil médicos cubanos para o país. O Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira também já haviam repudiado a medida anunciada pelo ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Sou contra por razões técnicas e também políticas, afirmou Leprevost. O parlamentar expressou desconfiança em relação a medida: não será surpresa se esse pessoal estiver vindo para doutrinar novos militantes de acordo com a cartilha dos irmãos Castro seguida pelos setores mais radicais do PT, disse.
Ney explicou que de fato faltam médicos em municípios do interior do Brasil, mas que isto deve-se a ausência de atrativos financeiros e, principalmente, profissionais.
O Brasil tem 371.788 médicos e a maioria deles é muito competente. Se o governo é incapaz de garantir salário digno, insumos, remédios, equipamentos e locais com assepsia adequada para os médicos trabalharem no interior e atenderem as pessoas com dignidade, a culpa é de quem administra mal e desvia dinheiro público, não dos profissionais de saúde, afirmou Leprevost.
Segundo ele a qualidade técnica dos profissionais formados em Cuba também é questionável: Só 9% dos médicos graduados em Cuba conseguem ser aprovados no exame de revalidação no Brasil. É lamentável que as mesmas pessoas que quando ficam doentes vão se tratar com os excelentes médicos brasileiros no Albert Einstein e no Sírio Libanês, desejem submeter os brasileiros mais humildes a isto.
Como solução para falta de médicos nas regiões de menos densidade demográfica, o deputado Ney Leprevost defende que o governo federal crie um programa de incentivos e benefícios para fixar médicos em pequenos municípios e áreas carentes.