Projeto também propõe fundo de auxílio às vítimas de crimes
Toda semana acompanhamos reportagens sobre pessoas que vão sacar dinheiro no banco e acabam sendo vítimas de assaltantes. Em um caso recente, o dono de restaurante Nick perdeu sua vida em uma ação de marginais: nas imagens do crime, observa-se que um dos criminosos avisa de dentro do banco o outro por celular da movimentação do empresário.
Com o objetivo de coibir a ação dos bandidos, o deputado Ney Leprevost protocolou um projeto obrigando os bancos a instalar divisórias que impeçam a visualização de quem saca dinheiro e também outras providências dentro da área de segurança. Conversei com o delegado Luiz Carlos Oliveira, da Delegacia de Furtos e Roubos, e ele me explicou que os criminosos se utilizam da fragilidade da segurança ofertada por agências de banco e postos de auto-atendimento; essas medidas simples, como impedir que quem está no caixa seja visto e monitoramento externo dos locais, podem minimizar essa prática, dificultando e desestimulando a ação de marginais, detalha Ney.
A lei, que já vigora em outros estados, vem reforçar as normas de segurança aos clientes de serviços bancários que, segundo o delegado titular da Furtos e Roubos, Luiz Carlos Oliveira, são facilmente abordados e vítimas de assaltos por conta da vulnerabilidade apresentada nas agências bancárias e postos de auto-atendimento. Oliveira entende que o número de assaltos na saída de bancos a clientes que foram sacar dinheiro poderá diminuir em mais de 70% com esta medida. Esse crime foi apelidado de saidinha do banco. É um descaso por parte dos bancos deixarem seus clientes expostos, afirma o delegado.
Em Curitiba, os estabelecimentos bancários estão recebendo críticas por não terem acatado a lei proposta pelo vereador Paulo Frote em 2008 e sancionada pelo prefeito Beto Richa. Estamos cansados de ver casos de pessoas que sofreram violência, seqüestros relâmpagos e até perderam suas vidas por conta da falta de segurança em caixas de bancos, avalia Leprevost.
O PROJETO: A proposta de Ney Leprevost aborda a obrigatoriedade de oferta de atendimento reservado por parte dos bancos aos clientes que movimentem dinheiro; isolação visual do local de espera de atendimento de caixas; divisórias que proporcionem isolamento dos guichês de auto-atendimento e instalação de câmeras externas nos bancos. Caso a lei seja sancionada, os estabelecimentos terão 90 dias para adaptação. No caso de descumprimento, uma multa que varia de R$500 a cem mil reais poderá ser aplicada a instituição. Esse montante arrecadado, segundo o projeto de Leprevost, poderá ser revertido a um fundo especial de auxílio às vítimas de crimes.