Situação das unidades que atendem SUS ainda está longe do ideal
Fizemos um acordo com o Governo do Estado intermediado pela Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. Os hospitais psiquiátricos iriam fechar pois estavam sem equilíbrio econômico e com capacidade de endividamento esgotada. Graças a esse esforço conjunto, hoje, apesar de ainda não estarmos com a situação ideal, podemos respirar. O desabafo é da presidente de psiquiatria da FEHOSPAR (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná), Dra. Maria Emília Parisoto Mendonça.
Ocorre que desde agosto de 2007, a Comissão de Saúde Pública da Assembléia Legislativa vêm realizando reuniões e intermediando o diálogo entre entidades e o governo para tentar melhorar a situação da assistência psiquiátrica no Paraná. Representantes do setor vieram buscar a nossa ajuda pois estavam quase fechando as portas devido à falta de leitos de UTI, e o não reajuste da tabela de procedimentos do SUS, afirma o deputado Ney Leprevost, presidente da Comissão.
Segundo o departamento psiquiátrico da FEHOSPAR, o risco de colapso da rede hospitalar da especialidade vinha sendo alertado desde maio de 2006. A defasagem da tabela do SUS chegava a índices de até 273%.
Foi quando a Comissão de Saúde criou um Grupo de Trabalho dos Hospitais Psiquiátricos sob a coordenação do deputado Élio Rusch, que elaborou uma proposta de suplementação das diárias dos leitos psiquiátricos e enviou-a ao Governo, explica Leprevost.
A partir daí o diálogo foi estabelecido, e de acordo com a Dra. Maria Emília, foi fechado um acordo anual com o Governo para que os hospitais psiquiátricos sejam suplementados pelo Estado. Desta maneira podemos continuar atendendo a população. Ainda não estamos conseguindo cobrir o valor da diária de internação, mas a situação está um pouco melhor, diz a presidente de psiquiatria da FEHOSPAR.
Sabemos que a assistência psiquiátrica precisa de mais investimento. O nosso país aplica muito pouco do orçamento destinado à saúde na psiquiatria. Apenas cerca de 2%, o que é um absurdo, já que em 1995 investiam quase 6% nesta área. Houve um retrocesso visível, e apesar das melhorias já conquistadas, continuaremos lutando junto aos representantes do setor para mudar esse quadro, finaliza o presidente da Comissão de Saúde.