Durante encontro da Frente Estadual de Saúde e Cidadania,liderada pelo Deputado Estadual Ney Leprevost,na Assembléia Legislativa, na manhã desta terça-feira, foram revelados números preocupantes com relação ao atual quadro de tratamento de pessoas com diabetes.
Entre eles de que protocolos da década de 1970 ainda estariam sendo usados em postos de saúde e hospitais de todo o Brasil no tratamento de pé diabético e outras doenças da pele.
Em função dos números apresentados neste encontro que debate o projeto para a implantação do Programa Paranaense de Saúde do Pé Diabético, Leprevost disse que apresentará projeto de lei para que seja feito teste de glicemia para determinar diabetes quando a pessoa for fazer exame para tirar carteira de motorista. Outros números impressionaram Leprevost, como o de que 20% da população acima dos 70 anos é diabética e de que 15% dos diabéticos terão lesão nos pés e que 25% dos lesionados sofrerão amputações.
O Dr.Wilson Michaelis, membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, que participou do encontro, citou que até 2015, 300 milhões de diabéticos e que 2 a 4% terão alguma alteração no pé. Precisamos nos preocupar com a prevenção do diabetes para reduzir esses números lastimáveis.
Já o médico Oscar Villanueva, tomando por base números de 2012, disse que perto de 50 mil pessoas em Curitiba estão inscritos no SUS como diabéticos e desse total 2,08% desenvolvem feridas diabéticas. Também participaram do evento, Janine Trombsynski, que representou o secretário estadual Michele Caputo e Guataçara Sallles Junior, cirurgião Plástico do Hospital do Trabalhador, além de estudantes e enfermeiros de diversas clínicas.
DESCONHECIMENTO
Também convidado para a reunião o Dr. Adriano Mehl, especialista em feridas e membro da Sociedade Brasileira de Tratamento Avançado de Feridas -SOBRATAFE, disse estimar que 15 milhões de brasileiros sofram da doença, sendo quase 300 mil no Estado do Paraná, mas que menos de 50% deste contingente sabe que possui a doença.
O desconhecimento do diagnóstico e tratamentos da década de 1970 acabam por levar boa parte desta população aos estágios mais avançados da doença, que podem incorrer em feridas crônicas de difícil cicatrização e, em casos graves, à amputação de membros.
BUSCA DE ALTERNATIVAS
Precisamos apresentar alternativas tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes. Este encontro serviu para tomarmos ciência da gravidade e das alternativas disponíveis no mercado para o tratamento do pé diabético para montarmos uma proposta viável para o Estado, enfatizou Leprevost.
Ainda na reunião desta terça-feira,tomou-se conhecimento que quase 3 mil paranaenses tiveram que sofrer algum tipo de amputação por causa do diabetes no ano passado , e que outras 12,4 mil pessoas do Estado que sofrem de feridas oriundas da doença estão correndo riscos por falta de tratamento adequado.
O especialista Dr. Adriano Mehl, convidado por Leprevost para a reunião, denunciou: imaginem aquelas pessoas que estão sofrendo de feridas crônicas provocadas pelo diabetes e desconhecem que são portadoras da doença. Esta massa ocupa leitos e incorre em tratamentos prolongados e ineficazes por anos, gerando custos astronômicos para os cofres públicos pela ausência de diagnóstico preventivo e de tratamento adequado.