O debate sobre a permanência das escolas especiais no Paraná ganhou novo capítulo nesta semana com a manifestação pública do deputado Ney Leprevost, presidente da Frente Parlamentar da Medicina. Em posicionamento firme, o parlamentar declarou apoio à manutenção das instituições especializadas e reforçou a importância de garantir às famílias o direito de escolher o modelo educacional mais adequado para seus filhos com deficiência.
A declaração ocorre em meio à polêmica envolvendo a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n.º 7796, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD). A entidade defende o fim das escolas especiais no estado, alegando que tais instituições representam um “retrocesso disfarçado de liberdade de escolha” e não integram um sistema educacional verdadeiramente inclusivo.
Em contrapartida, a Federação das APAEs do Estado do Paraná emitiu nota de repúdio à ação, reafirmando seu compromisso com uma educação de qualidade em todos os formatos. “Rejeitar as escolas especiais é ignorar as necessidades reais de milhares de crianças e jovens com deficiência intelectual e múltipla”, afirma o texto. A mobilização repercutiu nas redes sociais e uniu instituições de todo o estado na defesa da continuidade desse modelo educacional.
Atualmente, as APAEs do Paraná mantêm 343 escolas especializadas, que atendem mais de 40 mil pessoas com deficiência. Só em Curitiba, a Apae atende 474 estudantes com ensino individualizado e atendimento integral, promovendo o desenvolvimento, a autonomia e a inclusão social dos alunos.
O deputado Ney Leprevost reforça a relevância desse trabalho e defende que “a inclusão verdadeira respeita a diversidade e as necessidades específicas de cada indivíduo”. Segundo o parlamentar, o papel do Estado deve ser o de garantir opções, não impor modelos únicos: “A escola especial não deve ser vista como segregação, mas como um espaço de acolhimento, adaptação e estímulo ao desenvolvimento. A liberdade de escolha das famílias deve ser preservada.”
Para Ney Leprevost, o momento exige união e sensatez. “A Frente Parlamentar da Medicina está ao lado das famílias, das APAEs e das instituições sérias que promovem o bem-estar das pessoas com deficiência. Vamos defender com firmeza o direito à educação especializada e a continuidade dessas escolas que são, na verdade, pilares de inclusão e humanidade.”
O STF ainda não tem data marcada para julgar a ADI 7796, mas o caso já mobiliza autoridades, especialistas e a sociedade civil em um debate que coloca em jogo não apenas questões legais, mas sobretudo o futuro e a dignidade de milhares de brasileiros.
(Via assessoria de imprensa)